Série Escravidão: O Massacre de Zong

Obra o Massacre de Zong
📷Obra o Massacre de Zong © William Turner
🏠Parnaíba (PI)

Artigo de Walter Fontenele (Graduado Antropologia -UESPI).

Este é o sétimo artigo da Série Escravidão. Recomendamos a leitura dos artigos anteriores:


O presente artigo buscou analisar as principais características de um dos casos mais hediondos de crime e desrespeito com a humanidade ocorrido a bordo de um navio negreiro, em 1.781, quando a tripulação lançou ao mar - ainda vivos – 133 seres humanos escravizados, no caso que ficou conhecido mundialmente como o Massacre de Zong. Para atingirmos os objetivos do artigo foi utilizada a metodologia de pesquisa exploratória com caráter qualitativo através de pesquisas históricas e bibliográficas de pesquisadores que estudam a dinâmica do tráfico negreiro há décadas. Conclui-se que o Massacre de Zong foi um crime que, apesar das mortes de centenas de negros escravizados, serviu para o movimento abolicionista pressionar as autoridades inglesas para a necessidade da abolição da escravidão, que veio a acontecer, em 1.833. Para os armadores, em primeira instância, o crime compensou, pois, apesar das Companhias de Seguros se recusarem a pagar a apólice, o caso foi levado ao tribunal, em 1.783, e os juízes deram ganho de causa à família Gregson, proprietária do Zong e patrocinadora da viagem. Logo após, novas evidências dos erros da tripulação vieram à tona e um segundo julgamento desfez a decisão do primeiro, dando, dessa vez, ganho de causa às seguradoras. Não existem relatos conclusivos se houve outras interpretações do caso pelos juízes.
Palavras-chave: Massacre, Zong, Luke, tráfico negreiro.

ABSTRACT

The present article sought to analyze the main characteristics of one of the most heinous cases of crime and disrespect for humanity that occurred aboard a slave ship, in 1781, when the crew threw 133 enslaved human beings into the sea, still alive, in the case that became known worldwide as the Zong Massacre. In order to achieve the objectives of the article, an exploratory research methodology was used, with a qualitative character, through historical and bibliographic research by researchers who have studied the dynamics of the slave trade for decades. It is concluded that the Zong Massacre was a crime that, despite the deaths of hundreds of enslaved blacks, served for the abolitionist movement to pressure the English authorities for the need to abolish slavery, which came to pass in 1833. For the shipowners, in the first instance the crime paid off, because, despite the Insurance Companies refusing to pay the policy, the case was taken to court in 1783, and the judges ruled in favor of the Gregson family, owner of the Zong and trip sponsor. Soon after, new evidence of the crew's errors surfaced and a second trial undid the decision of the first, this time giving the insurers a win. There are no conclusive reports on whether there were other interpretations of the case by the judges.
Keywords: Massacre, Zong, Luke, slave trade.

1. INTRODUÇÃO

O tráfico negreiro entre o continente africano e as coloniais portuguesas no Novo Mundo perdurou por três séculos e meio (XVI - XIX). Durante esse tempo, o sistema escravista aprisionou aproximadamente 12 milhões de negros africanos, sendo que 4.9 milhões atravessaram o Atlântico com destino ao Brasil-Colônia (GOMES, 2019), para impulsionar a lavoura (cana-de-açúcar, algodão, café, borracha...) e a mineração de outro e pedras preciosas. Segundo o banco de dados SlaveVoyage.org, durante todo o processo escravista foram realizadas 36 mil viagens transatlânticas, em centenas de milhares de navios negreiros, apelidados de tumbeiros, inferno flutuante e “cemitério ambulante” (REDIKER, 2011).

O complexo processo escravista que se desenvolveu dos dois lados do Atlântico durante 350 anos foi responsável por centenas de milhares de casos de crimes contra a humanidade, praticados nas três etapas principais do tráfico: apresamento, travessia do Oceano Atlântico e vida de servidão no Novo Mundo. Protegidos pelo o Estado, pela Igreja e pelas Leis, os infratores raramente eram punidos pelos seus crimes, mesmo os cometidos depois de 13 de Maio de 1.888, data da abolição da escravidão no Brasil.

Segundo milhares de pesquisas e documentos históricos, uma das etapas mais traumática do tráfico negreiro era a travessia do Oceano Atlântico, sendo os escravizados obrigados a passarem meses abarrotados e acorrentados, em condições subumanas e humilhantes. Fome, sede, estupros e punições severas caracterizavam o dia a dia, dentro do porão de um navio negreiro. Os que não sobreviviam fariam parte do banquete para dezenas de tubarões que seguiam os navios por milhares de quilômetros, a espera da refeição. O caso que descreveremos no capítulo a seguir reflete bem as práticas hediondas que se desenrolavam nos porões dos “infernos flutuantes”, durante as travessias oceânicas.

Neste artigo, analisaremos de forma minuciosa um dos crimes mais brutais contra a humanidade ocorridos durante o período escravista e que ficou marcado na historiografia mundial como: “o massacre de Zong”, o assassinato de 133 seres humanos, que foram lançados vivos e amarrados ao mar, por ordem do capitão Luke Collingwood.

Com o ensejo de atingimos o objetivo principal do trabalho, foi utilizado à metodologia de pesquisa exploratória (qualitativa) através de leituras de documentos e pesquisas de historiadores que estudam a problemática da escravidão há décadas, como, por exemplo, Marcus Rediker, Florentino Gomes, entre outros.

O presente artigo está dividido em três capítulos: Introdução (pequeno histórico sobre a escravidão transatlântica); O Massacre de Zong (as principais características que levaram ao fim trágico de centenas de seres humanos); Considerações Finais (abordagem final acerca dos objetivos e do tema com os seus respectivos resultados).

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2. O MASSACRE DE ZONG

À vida de um negro africano embarcado no porão de um navio negreiro era arriscada, tensa e insalubre. O interior de um navio negreiro era, indubitavelmente, marcado pela falta de higiene. O seu odor característico era tão fétido que era sentido pelas pessoas que os aguardavam nos portos, antes deles atracarem. Segundo o frei Capuchinho Giuseppe Monari, que viajou a bordo de um negreiro de Luanda a Bahia, em 1.720, “naquele barco havia um pedaço do inferno. Mas, como os que estão no inferno não têm esperanças de saída, eu me contentaria dizendo que era a nau do purgatório” (GOMES, 2019, p. 289).

Diante de um cenário inóspito de um navio negreiro, em que os ocupantes dos porões sofriam maus-tratos, eram mal alimentados e conviviam em meio a fezes e urinas, a morte era altamente provável. Dos 12.521.337 negros africanos que foram transportados nos porões dos navios negreiros nos 350 anos do tráfico, aproximadamente 1.818.680 morreram - acometidos por doenças ou assassinados - antes de chegar ao destino (GOMES, 2019, p. 255).

Originalmente, o navio negreiro Zong pertencia a “Middelburgsche Commercie Compagnie”, empresa fundada, em 1.720, na cidade de Middelburg, capital da Zelândia, na Holanda, sendo batizado com o irônico nome de Zorg, zelo em português. Nas guerras anglo-holandesas o navio foi capturado por um brigue britânico e posteriormente vendido para um sindicato escravista da cidade de Liverpool, na Inglaterra, tendo à frente Jonh Gregson. Segundo o professor de história Jake Subryan Richards (2018), “eles rebatizaram o navio de Zong, instituíram um novo capitão, Luke Collingwood, e o Zong passou então mais alguns meses ao longo da costa oeste africana negociando mais (africanos) capturados".

A Cadeia de Eventos

Em Setembro do ano de 1.781 o navio negreiro Zong - superlotado com 442 negros africanos, o dobro de sua capacidade - zarpou da cidade de Acra, atual capital ganesa, rumo à Jamaica, onde os escravizados serviriam de mão-de-obra para a monocultura da cana-de-açúcar. A embarcação tinha em sua linha de comando: Luke Collingwood (capitão), James Kelsall (Imediato) e Robert Stubbs (ex-capitão). Essa tripulação foi recrutada às pressas “já que a tripulação original abandonou o navio quando o mesmo foi capturado”, sendo, além disso, uma tripulação considerada inexperiente e numericamente incompatível com a “carga” transportada, já que haviam 23 pessoas escravizadas para cada tripulante a bordo, “quando a média era de cerca de nove ou 10 cativos para cada tripulante de um navio negreiro” (RICHARDS, 2018).

Todavia, além da inexperiência do capitão (que era cirurgião no navio William e tinha pouca experiência de comando) e da disparidade entre o número de tripulantes e de escravizados, outros fatores contribuíram de forma decisiva para os eventos catastróficos que viriam a seguir, durante o trajeto. Os principais contribuintes para o desfecho trágico da empreitada foram: as condições meteorológicas desfavoráveis e o erro de navegação, que transformou um trajeto de semanas em meses. Segundo Walvin (2011), no dia 27 de Novembro a tripulação avistou Jamaica a aproximadamente 50 quilômetros à frente, mas pensaram ser a colônia francesa de Santo Domingo (WALVIN, 2011, p. 76-77). Assim, o Zong seguiu viagem deixando Jamaica, seu destino final, para trás, sem se preocupar em abastecer o navio com víveres e água.

Os elos da corrente estavam se fechando. O capitão, Luke Collingwood, além de possuir pouca experiência no comando de um navio, “estava mortalmente doente” Walvin (2011), o que fez com que Robert Stubbs, que já havia sido capitão em outras embarcações, assumisse o comando do Zong. Nessa altura da travessia, o navio estava totalmente fora de curso e com pouco estoque de água potável, o que fez com que, em uma reunião, os três tripulantes selassem o destino dos 133 seres humanos (homens, mulheres e crianças), que seriam jogados ainda vivos ao mar.

O drama dos escravizados teve inicio no dia 29 de Novembro de 1.781 e durou aproximadamente três dias, já que os 133 cativos foram lançados ao mar por etapas: No primeiro dia, 54 mulheres e crianças (consideradas como baixo retorno comercial); no segundo dia, 43 homens (os mais debilitados); por último, outros 36 tiveram o mesmo destino, sendo lançados ao mar e aos tubarões. Diante do horror e das incertezas dos seus destinos durante o resto da travessia, outros 10 escravizados cometeram suicídio, se atirando ao mar. De acordo com Vicente Brown (2012),

Registros históricos revelam que as vítimas foram jogadas ao mar ao longo de três dias consecutivos - e no terceiro dia, choveu, o que teria permitido à tripulação coletar água potável suficiente para abastecer o navio por três semanas antes de lançar a última leva de africanos ao mar.(BROWN, 2012).

Segundo ainda o historiador,

Eles foram jogados no mar em parte porque o capitão disse à tripulação que eles estavam doentes, que iriam morrer de qualquer maneira, e era improvável que obtivessem um preço alto no mercado. Isso teria sido uma preocupação especial para os oficiais, que geralmente gozavam do que chamavam de privilégio de (receber o pagamento no valor de) dois africanos escravizados. (BROWN, 2012).

Outro fator intrigante e sem justificativas do massacre é que o negreiro Zong chegou ao seu destino final, Black River, na Jamaica, com 208 escravizados, a metade dos que foram adquiridos na África, e com 420 galões de água a bordo.

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A Briga Judicial

Ao lançar os negros para a morte certa nas águas do Oceano Atlântico os tripulantes do Zong tinham apenas uma certeza: o ressarcimento do prejuízo pelas Companhias de seguros. Como era fato comum na época, os comerciantes buscavam sempre uma segurança adicional (apólice de seguro), já que os riscos para as embarcações, para os tripulantes e para as “mercadorias” eram elevados. No caso do Zong, não foi diferente. Segundo Bronwen Everil (2020),

O tráfico negreiro era um negócio muito arriscado, os riscos para os lucros eram vários, não apenas escravizados doentes, como também escravizados que se rebelavam contra o navio e eram muitas vezes atirados ao mar, então o papel do seguro era garantir alguma margem de lucro (EVERIL, 2020).

No inicio das Grandes Navegações uma viagem negreira poderia levar meses ou até anos, para ser concluída. Intempéries da natureza, perda de rota, naufrágios, levantes a bordo, dentre outras causas poderia levar o comerciante a falência, numa única empreitada. Portanto, segurar a carga e as embarcações era uma medida cautelar quase obrigatória para os comerciantes de seres humanos. Foi o que fez Jonh Gregson, proprietário do Zong.

A briga nos tribunais teve inicio quando as seguradoras se recusaram a pagar a apólice. Devido às circunstâncias imprecisas dos fatos ocorridos no interior do navio, o desaparecimento do diário de bordo e a existência de apenas um depoimento, no caso do tripulante, Roberts Stubbs, levaram as Companhias Seguradoras à recusa do cumprimento do acordo. Diante dos fatos, a família Gregson levou o caso aos tribunais e obteve uma decisão favorável, em sentença supervisionada por William Murray (conde de Mansfield), em 1.783. Todavia, o caso estava longe de ser encerrado, pois, no mesmo ano, as Companhias Seguradoras apelaram contra o veredito, sendo marcada uma audiência com a presença do Conde de Mansfield e mais dois juízes: Francis Buller e Edward Willes. Nessa audiência, Mansfield declara que "Não tenha dúvidas (embora possa ser um choque) que o negócio de escravos é o mesmo que se cavalos tivessem sido jogados ao mar. A questão era, havia uma necessidade absoluta de jogá-los fora, ao mar para salvar o resto? o júri foi de opinião que era esse o caso" (WALVIN, 2007). Ao final da audiência os juízes, com base nas novas evidências, anularam o resultado do primeiro julgamento. Não há informações confiáveis que assegure que um novo julgamento foi realizado.

As repercussões do caso do Massacre do navio negreiro Zong foram, por assim dizer, um impulsionador para a abolição da escravidão na Inglaterra, que aconteceria meio século depois (1.833). Nesse processo, foi importante a participação de Granville Sharp (ativista contra o comércio de escravizados), e de Olaudah Equiano (que foi raptado de sua família aos 11 anos, vendido a um oficial inglês, tendo sido rebatizado como Gustavus Vassa, trabalhou como marinheiro e comprou sua liberdade), que se tornou mundialmente conhecido depois de escrever sua autobiografia, em 1.789, "The Interesting Narrative of the Life of Olaudah Equiano, or Gustavus Vassa, the African" (A interessante narrativa da vida de Olaudah Equiano, ou Gustavus Vassa, o africano), ainda sem tradução para o português.

O Massacre do Zong foi igual a tantos outros casos hediondos da prática de crime contra a humanidade que, provavelmente, só se tornou famoso por causa da repercussão que teve nos tribunais da Inglaterra e por causa da batalha de grupos abolicionistas, que chamaram a atenção da imprensa inglesa e mundial para as consequências nefastas da escravidão de seres humanos.

Nenhum dos atores sociais envolvidos no Massacre sofreu qualquer tipo de punição, afinal de contas, apresar, comercializar, torturar e matar seres humanos era algo corriqueiro, já que o negro escravizado era considerado apenas uma “mercadoria”, uma “coisa” e os traficantes e assassinos eram protegidos pela Lei, pelo Estado, pela Igreja Católica e pela sociedade da época.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A empresa escravista no Atlântico começou no ano de 1.550. Portanto, pouco mais de dois séculos antes de 29 de Novembro de 1.781, data que ficou marcada na historiografia como o dia do Massacre do Zong, o assassinato de 133 negros escravizados (homens, mulheres e crianças), que foram jogados ao mar, durante três dias consecutivos, e devorados pelos tubarões. Todavia, toda essa carnificina foi apenas um grão de areia no deserto, diante dos inúmeros casos de crimes contra a humanidade praticados com a conivência das Leis, do Estado e da Igreja Católica, durante o período escravista.

Uma tripulação reduzida e sem experiência - comandada por Luke Collingwood, um capitão doente que morreu três dias depois de atracar na Jamaica - sela o destino de 133 negros escravizados. A inexperiência da tripulação fez com que o capitão e o imediato cometessem erros fundamentais para o desfecho trágico e a morte de parte da “carga” de escravizados, sendo a falta de conhecimento da carta náutica e da região o principal deles, pois transformou uma travessia de semanas em meses, o que contribuiu para o problema da falta de água potável, que foi a principal argumentação da tripulação e do armador para receber as apólices de seguros, justificativa essa contestada pelas Companhias Seguradoras.

O julgamento da querela entre o armador e as Companhias de Seguros começou em 1.783 e revelou a relação gananciosa, entre o dinheiro dos poderosos e a escravidão. No primeiro julgamento, o Conde de Mansfield, William Murray, sentenciou que a Companhia cumprisse o acordado e pagasse o valor devido nas apólices de seguros; seguindo o trâmite do julgamento, as seguradoras apresentaram novas evidências que o descarte de parte da “carga” não foi motivado pela falta de água potável, já que, além do navio atracar com vários galões de água sobrando, choveu no segundo dia do massacre, o que propiciou o abastecimento, mas, mesmo assim, os últimos 36 escravos foram lançados ao mar. Diante de tantos fatos novos, outro julgamento foi marcado, sendo o veredito contrário à primeira decisão. Não existem informações confiáveis para determinar o resultado final dessa pendenga judicial.

Independente, do pagamento ou não pagamento das apólices de seguros pelas Companhias Seguradoras, o mais estarrecedor foi que, em nenhum momento, o caso do Massacre de Zong foi tratado como assassinato, como deveria ser. Nenhum dos três principais tripulantes do navio negreiro (Collingwood, Stubbs e Kelsall) foi sequer acusado de assassinato pela Justiça britânica.

Todavia, o assassinato dos escravos africanos do negreiro Zong reverberou - graças a Granville Sharp e Olaudah Equiano - por grupos abolicionistas, pela imprensa inglesa e por parte da sociedade britânica, que começava a ter outra visão sobre o comércio de seres humanos.

BIBLIOGRÁFIA

Bronwen, Everill, Not Made by Slaves. Ethical Capitalism in the Age of Abolition, Cambridge, Mass., Harvard University Press, 2020, 328 p. ISBN: 978-0-6742-4098.

BROWN, Vicente, “The Reaper's Garden: Death and Power in the World of Atlantic Slavery". Church History. 2012;81 (1 (March 2012) :204-206.

GOMES. Laurentino. Escravidão – do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares. Vol. I. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

O esquecido Massacre de Zong, quando 132 escravizados foram lançados vivos ao mar. Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-55333175> Acesso em 20 de Dezembro de 2022.

REDIKER, Marcus. O navio negreiro: uma história humana. Trad. Luciano Vieira Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, 456 p.

RICHARDS, ‘Anti-Slave-Trade Law, “Liberated Africans” and the State in the South Atlantic World, c.1839–1852’, Past & Present, 241:1 (2018), pp. 179–219

SAUNDERS, A. C. de C. M. A Social History of Black Slaves And Freedmen in Portugal, 1441-1555. Nova York: Cambridge University Press, 1982

SLAVE VOYAGES. - Trans-Atalntic Slave Trade Database. Banco de dados: Estimativas. Viagens: O Banco de Dados do Tráfico de Escravos Transatlântico. Disponível em: http://www.slavevoyages.org. Acesso em Dezembro de 2022.

WALVIN, James, A Short History of Slavery. Londres: Penguin Book, 2007

WALVIN, James, The Trader, The Owner, The Slave: Parallel Lives In The Age of Slavery. Londres: Vintage books, 2007.

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