As vacinas contra a Covid "salvaram muito menos vidas do que se pensava inicialmente", diz estudo

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Pesquisa da Universidade de Stanford e cientistas italianos contesta números oficiais e reacende debate sobre mandatos vacinais.

Um novo estudo publicado esta semana sugere que as vacinas contra a Covid-19 salvaram significativamente menos vidas do que se acreditava inicialmente. A análise, conduzida por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em parceria com cientistas italianos, revisou as estimativas globais de vidas poupadas pelos imunizantes e concluiu que os números divulgados anteriormente eram superestimados.

Em 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia divulgado que as vacinas evitaram a morte de cerca de 14,4 milhões de pessoas no mundo apenas no primeiro ano de imunização, com algumas projeções chegando a 20 milhões. No entanto, os novos dados apontam que o número real seria bem mais baixo - aproximadamente 2,5 milhões de vidas salvas ao longo de toda a pandemia.


Os pesquisadores classificaram as novas estimativas como "substancialmente mais conservadoras" e destacaram que a maioria das vidas salvas estava concentrada na população idosa. Segundo o estudo, nove em cada dez mortes evitadas ocorreram entre pessoas com mais de 60 anos. Entre os jovens, os números foram bem mais modestos: apenas 299 vidas salvas entre menores de 20 anos e 1.808 entre indivíduos com idades entre 20 e 30 anos, em todo o planeta.

Outro dado que chama atenção no levantamento é a relação entre número de doses aplicadas e vidas salvas. Para cada vida poupada, seria necessário vacinar cerca de 5.400 pessoas. No caso de pessoas com menos de 30 anos, o número sobe drasticamente: cerca de 100 mil doses seriam necessárias para evitar uma única morte.

A pesquisa reacende discussões sobre a efetividade da vacinação em diferentes faixas etárias e o custo-benefício das campanhas de imunização em massa, especialmente entre os mais jovens. Além disso, o estudo também critica o que os autores chamam de “mandatos agressivos” adotados por diversos governos durante a pandemia, sugerindo que políticas mais equilibradas poderiam ter sido consideradas à luz de dados atualizados.

A OMS ainda não se pronunciou oficialmente sobre os novos resultados.

Por Sarah Knapton – Editora de Ciência

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