Piauí é um dos estados com maior atraso na vacinação

Wellington Dias. Ccom

O Piauí é um dos estados brasileiros com maior índice de atraso na vacinação contra a Covid 19. A Secretaria de Saúde anunciou que começariam a ser vacinados integrantes do grupo de 85 a 89 anos. A medida atenderia também faixa etária de 80 a 84 anos dentre os que estão acamados.

Trata-se de uma situação surpreendente, haja vista a movimentação que faz o governador Wellington Dias (PT), em nível de mídia local, se apresentando aos piauienses como um grande articulador da vacinação. Além, é claro, de ser o presidente do chamado Consórcio Nordeste, uma organização criada para mobilizar os esforços da esquerda nordestina contra o governo federal.

Os números da vacinação, ainda resumidos aos que atuam na linha de frente do combate à Pandemia e aos idosos com idade acima de 85 anos, evidenciam que o Piauí não tem nenhuma articulação junto ao governo da República e que isso, na verdade, vem prejudicando por demais a população piauiense. Toda a celeuma produzida pelo governador nos meios de comunicação tem contribuído apenas para distanciar o estado de uma imunização mais ampla, o que, sem alarde, vem sendo feito por outras unidades da Federação.

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O Distrito Federal, por exemplo, já iniciou a vacinação de idosos com idade entre 76 e 78 anos. Na medida em que se reduz a idade dos atendidos se alcança um número maior de habitantes e, consequentemente, uma capacidade maior de se passar para a próxima fase. No Amazonas, estão sendo vacinadas pessoas com idade entre 60 e 64 anos, o mesmo acontecendo no Rio Grande do Sul.

O governo do Rio de Janeiro anunciou que na semana que vem começará atender idosos com 79 anos. Em Roraima, também estão sendo atendidos populares com idade entre 75 e 79 anos. No Acre, já começou a vacinação de pessoas com idade entre 70 e 89 anos. E no Pará, pessoas com idade entre 75 e 79 anos. Percebe-se que os estados com maior articulação estão conseguindo avançar sensivelmente no campo do combate através da vacinação de seus habitantes.

Enquanto isso, estados que politizam a vacinação estão bem atrás e ainda atendem um número bem restrito. O governador do Piauí é um mestre na arte da politização. Quando não tem uma saída razoável para situações de risco criadas por ele mesmo, passa a apelar para a discussão de natureza política, mesmo que subjetivamente, como agora, quando quer se apresentar como articulador e na verdade, seu grande objetivo, é mostrar a presidência como frágil no tocante a combater a pandemia.

Os números, contudo, mostram que os governadores têm uma parcela considerável da responsabilidade pelo atraso. Na Bahia, pertencente ao tal Consórcio e cujo governador, Rui Costa (PT), foi seu primeiro presidente, se está atendendo pessoas com idade acima de 80 anos. Em São Paulo, o governador João Dória (PSDB) abriu uma frente declarada de oposição contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde o primeiro ano de governo. Ele ainda vacina cidadãos com idade entre 80 e 84 anos.

O Piauí também é um dos últimos estados no tocante ao percentual de pessoas vacinadas. De acordo com Consórcio de veículos de imprensa a partir de dados da Secretarias Estaduais de Saúde, o estado alcança atualmente o 24° lugar entre os 27 estados brasileiros, com 2,15% da população vacinada. Está à frente apenas de Acre (2,13%), Sergipe (1,97%) e Pará (1,6%).

Os estados com melhores indicadores, segundo a mesma fonte, são Amazonas (5,67%), Roraima (4,42%), Distrito Federal (4,27%) e Mato Grosso do Sul (3,94%). O estado do Rio Grande do Sul vem logo depois com 3,93%. No Nordeste, o melhor desempenho até o momento é de Pernambuco, com 3,01% da população vacinada. 

Fonte: Toni Rodrigues


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