Faltam leitos e remédio, mas prefeito de Araçatuba comprou carros com dinheiro da covid

FROTA - Prefeitura comprou 16 carros com ar condicionado com dinheiro da Covid

No ano passado, o Governo Federal e o Congresso Nacional aprovaram medidas de socorro à população devido à pandemia do novo coronavírus. Empresas tiveram alguns benefícios, trabalhadores tiveram parte do salário pago pelo governo federal e expressiva parcela recebeu o auxílio emergencial. Estados e municípios também foram contemplados. Por meio da portaria nº 1.666, DE 1º de julho de 2020, o Ministério da Saúde definiu o valor para cada município. Araçatuba recebeu quase R$ 10 milhões. Oito meses depois, o município enfrenta a fase mais aguda da pandemia, com falta de leitos e até remédios, mas o prefeito Dilador Borges Damasceno comprou 16 carros 0Km com o dinheiro da covid.

A nova frota foi entregue pelo prefeito Dilador Borges Damasceno à secretária de Saúde Carmem Guariente no dia 29 de janeiro. “Os veículos são da marca Renault, modelo KWID, e todos equipados com ar condicionado, direção hidráulica e demais itens de série. O custo de cada veículo foi de R$ 49.850,00.

Em resposta a requerimento do vereador Arlindo Araújo sobre a aquisição dos veículos, no dia 26 de fevereiro, a secretária Carmem Guariente respondeu que estão sendo usados na rede de atendimento e fiscalização.

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De acordo com a secretária, não foi firmado convênio específico para compra dos veículos. “A aquisição foi realizada com recurso financeiro, proveniente da Portaria MS/GM nº 1.666 de 1º de Julho de 2020”, respondeu a secretária no ofício.

A portaria do Ministério da Saúde da qual se refere a secretária Carmem Guariente definiu os valores para cada município e como o dinheiro deve ser gasto, principalmente no artigo 3º: “Os recursos financeiros serão destinados ao custeio das ações e serviços de saúde para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da COVID 19, podendo abranger a atenção primária e especializada, a vigilância em saúde, a assistência farmacêutica, a aquisição de suprimentos, insumos e produtos hospitalares, o custeio do procedimento de Tratamento de Infecção pelo novo coronavírus – COVID 19, previsto na Portaria nº 245/SAES/MS, de 24 de março de 2020, bem como a definição de protocolos assistenciais específicos para o enfrentamento à pandemia do coronavírus”.

Enquanto a Prefeitura gastou quase R$ 800 mil para compra de 16 carros com ar condicionado, pacientes estão precisando comprar medicamentos prescritos por médicos para suspeitos e casos confirmados de covid, como o dexametazona 4,0 mg, além de outros remédios.

Durante a pandemia, não teve política de amparo à população. Nem mesmo distribuição de máscaras em massa às populações em situação de vulnerabilidade social foi feita. As pessoas tiveram que improvisar.

Na edição de domingo, falta de leitos provoca superlotação na Santa Casa.

Fonte: Liberal Regional

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