Prefeitura cancela reuniões, e Parnahyba fala em ficar de fora do Piauiense de 2026

Parnahyba em Ação
📷Parnahyba em ação © Walter Fontenele
🏠Parnaíba (PI)

O Parnahyba voltou a movimentar a opinião pública ao afirmar que pode ficar fora do Campeonato Piauiense de 2026 por falta de apoio da Prefeitura de Parnaíba. Segundo a diretoria, seis reuniões marcadas com o Executivo foram canceladas, impedindo o avanço nas tratativas sobre possível auxílio ao clube. Sem dinheiro garantido, a direção diz não ter condições de montar elenco para a próxima temporada.

Mas o debate precisa ser colocado no seu devido lugar. A Prefeitura não tem obrigação legal de usar dinheiro público para bancar um time profissional de futebol. Patrocínio institucional é escolha política, não dever administrativo. E, em meio a tantas demandas urgentes da cidade, essa escolha precisa ser feita com responsabilidade - e sem pressão popular.


Além disso, a gestão municipal já garante ao clube o uso gratuito do estádio - uma estrutura que exige manutenção, pessoal, segurança e operação diária. Isso não resolve os problemas financeiros do Parnahyba, mas também não é obrigação automática da Prefeitura. É um apoio concreto, que não pode ser tratado como detalhe. Na verdade, o que falta ao Parnahyba é uma administração competente o suficiente para buscar patrocínios privados, construir autonomia financeira e parar de depender exclusivamente de dinheiro público do Estado e do Município. Enquanto essa mentalidade não mudar, o clube seguirá preso ao mesmo ciclo de crise a cada temporada.

O cancelamento das reuniões mostra falta de articulação, claro, mas não muda o ponto central: o clube segue dependente do poder público para sobreviver, e isso revela um modelo de gestão insustentável há anos. Sempre que o repasse atrasa, o time entra em colapso. Sempre que há mudança na política local, o futebol vira refém do humor do governante de plantão.

A pressão agora é para que a Prefeitura “salve” o Parnahyba mais uma vez. Mas talvez esteja na hora de discutir com mais seriedade como um clube centenário ainda não conseguiu construir autonomia mínima para planejar uma temporada sem sustos e atropelos e sem andar com pires nas mãos em busca de recursos públicos.

Enquanto isso, a torcida assiste, mais uma vez, a um roteiro já conhecido: muita promessa, pouca estrutura e uma crise anunciada antes mesmo do apito inicial.

Por Walter Fontenele | Portalphb

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