Banda Municipal Simplício Dias: Tradição e Cultura na Música de Parnaíba
📷Banda Simplício Dias © Walter Fontenele |
Walter Fontenele -
Graduado em Ciências Sociais (Antropologia) pela Universidade Estadual do Piauí
- UESPI - 2021.
Resumo
A presente pesquisa apresenta a caracterização da Banda Municipal de Parnaíba, cuja origem remonta à “Lira de Pedro José Braga”, fundada em 1886 por Pedro Braga. Filho de escravizados alforriados, Pedro Braga dividia seu tempo entre a música e a construção civil, além de ter trabalhado como oleiro, sendo pioneiro nessa atividade em sua época. Essa sua vida multifacetada fez de mestre Pedro Braga uma pessoa de destaque na sociedade, o que fez com que ele recebesse várias homenagens, como, por exemplo, ter se tornado topônimo de uma rua, no Bairro São Benedito. Este artigo tem como objetivo principal caracterizar a banda municipal, não apenas como uma instituição musical, mas também como parte integrante da cultura da Parnaíba, além de analisar a evolução da banda, investigando suas relações com o espaço urbano, com o seu contexto histórico e sua relação com o mecenas Simplício Dias da Silva. A metodologia utilizada foi uma pesquisa básica (pura), com abordagem qualitativa, através de leituras de obras de historiadores consagrados e com entrevistas informais com pessoas que possuem conhecimentos empíricos sobre o objeto de estudo. A pesquisa evidenciou a importância e a evolução da banda municipal ao longo dos tempos, inserindo-a no contexto sociocultural da sociedade parnaibana como um patrimônio histórico, artístico e cultural, oficializado em 14 de Setembro de 2007.
Palavras-chaves: Banda Municipal de Parnaíba, Pedro José Braga, Mestre Zullite, Simplício Dias, Patrimônio Cultural do Piauí.
1. INTRODUÇÃO
Antes de nos aprofundarmos na análise do tema, é necessário entender o que caracteriza uma banda, no contexto musical. De acordo com o Dicionário de Termos e Expressões da Música, banda se refere a um “grupo apoiado basicamente por instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones; metais, como trompas, trompetes, trombones e tubas; e percussão, como tambores, glockenspiel e marimba” (DOURADO, 2004, p. 41). Essa formação instrumental permite que a banda crie uma sonoridade rica, proporcionando uma experiência auditiva que é tão marcante quanto envolvente. Segundo Anderson da Silva Nascimento (2023), “essa definição clássica se aplica com precisão às bandas atuais, que se destacam especialmente em cidades do interior do Brasil” (SILVA, 2023, p.22), como é o caso da Banda Municipal Simplício Dias da Silva, que desempenha um papel cultural e social para a sociedade parnaibana.
Quando os colonizadores portugueses aportaram no Brasil se depararam com uma terra habitada e com uma grande diversidade e riqueza cultural dos nativos, incluindo suas práticas musicais. “Os povos originários cantavam, dançavam e tocavam instrumentos como chocalhos, flautas e tambores” (SILVA, 2009, p. 45). Essas manifestações artísticas não eram apenas entretenimento, mas expressões culturais repleta de significados sociais e espirituais.
Entre os instrumentos utilizados estavam os de sopro e percussão, como o maracá, um tipo de chocalho, e o reco-reco, instrumentos que ainda hoje são utilizados, principalmente no samba, no pagode e em músicas regionais. Segundo Almeida (2015), esses instrumentos “ainda são amplamente utilizados na música brasileira [...], demonstrando a influência da cultura indígena” nos dias atuais (ALMEIDA, 2015, p. 98). Além dos instrumentos compartilhados entre tribos, muitos grupos possuíam “instrumentos específicos que variam de acordo com as tradições e o contexto geográfico de cada comunidade” (SOUZA, 2018, p. 23).
Enraizada na contemporaneidade, a música e as tradições culturais dos primeiros habitantes do Brasil desempenharam um papel central na preservação de suas histórias e de suas culturas. Além disso, “a música é um meio pelo qual as tribos mantém viva suas histórias e transmitem suas culturas às gerações futuras (RIBEIRO, 2012, p. 71).
Destarte, o legado e a tradição musical dos nossos primeiros habitantes não apenas resiste ao tempo, mas também renasce e se transforma nas práticas culturais modernas do Brasil. O uso de instrumentos tradicionais - que eram, em sua maioria, fabricados pelos próprios nativos - em estilos musicais populares como samba e pagode revela um elo entre passado e presente. Esse intercâmbio entre as heranças indígenas e a música brasileira demonstra a força da tradição em meio às mudanças, o que se evidencia numa resistência cultural que transcende ao tempo.
Dando sequência aos primórdios da música na então colônia portuguesa, dialogaremos com outros historiadores sobre as primeiras formações de bandas musicais que foram instaladas no inicio do século XIX, com a chegada da Corte Portuguesa.
1.1. A Chegada da Primeira Banda ao Brasil
No cenário histórico brasileiro, as bandas de música ganharam grande impulso com a chegada da família Real ao Brasil, em 1808. Dom João VI, admirador e entusiasta da música, frequentava assiduamente concertos e eventos musicais em Portugal. Ao se transferir para a colônia, o Monarca trouxe vários músicos de Lisboa, que ajudaram a fomentar o desenvolvimento musical na cidade do Rio de Janeiro. Segundo Filho (2010), as primeiras bandas surgiram no Brasil no século XIX, após a vinda da família real que “trouxe uma banda com o seu séquito”. O autor aponta ainda que essa tradição se enraizou de tal forma que, ao longo do tempo, quase todas as cidades brasileiras passaram a contar com pelo menos uma banda de música “e que inicialmente as bandas surgiram nos batalhões, como as bandas militares.” (FILHO, 2010, p. 2). De acordo com Sousa (2023),
“Se fôssemos situar o surgimento das bandas de música no Brasil aproveitando um referencial como um divisor de água, diríamos que foi com a chegada de D. João VI e a Corte portuguesa, em 1808, através do decreto de 27-03-1810 que ordenou o estabelecimento em cada regimento de um corpo musical integrado de 12 a 16 executantes” (SOUSA, 2023, p. 26).
Já em solo brasileiro, Dom João ordenou a construção de um palco para as apresentações artísticas, o Teatro Real de São João, inaugurado em Outubro de 1813, sendo o primeiro espaço cultural de grande porte a ser instalado no Brasil. Mainente (2013) esclarece ainda que,
“entre as muitas transformações culturais e políticas provocadas pela transferência da Corte Portuguesa para o Brasil [...], destaca-se o impulso dado à esfera artística, especialmente à música. Esse desenvolvimento ocorreu por meio da criação e reformulação de instituições importantes, como o Real Teatro São João e a Capela Real” (MAINENTE, 2013, p. 1).
No final do século XIX, as bandas de música se espalharam pelo Brasil, consolidando-se em praticamente todas as principais cidades. Essas bandas surgiram como um importante elemento cultural, promovendo o encontro da população em eventos públicos e festivos e contribuindo para a identidade musical regional.
Com a proclamação da República, a popularidade das bandas aumentou ainda mais, consolidando-se como símbolo de civismo e pertencimento. Esse período foi marcado por um impulso significativo para a criação de novas bandas, que passaram a participar de celebrações cívicas e a fortalecer um sentimento de unidade em torno da nova identidade republicana.
Ao longo dos anos, e com o crescente número de bandas musicais, essas foram se tornando fundamentais em festividades cívicas e civis, assumindo papel central em desfiles, comemorações e feriados nacionais. (SALLES, 1980, p. 22). Todavia, não só estiveram presentes em momentos de celebração, mas também em solenidades e eventos oficiais, reforçando um sentimento de patriotismo entre os cidadãos. Para Salles (1980), “a banda de música tem sido tradicionalmente a única escola para um contingente considerável de músicos no Brasil, amadores e profissionais [...]. O papel da banda de música, na escala dos acontecimentos artísticos do país, é tão importante que somos forçados a dizer: não poderíamos ter boas orquestras se não tivéssemos boas bandas de música”. (SALLES, 1980, p. 11).
Ao longo do tempo, as bandas de músicas se consolidaram como verdadeiras instituições nas cidades, frequentemente associadas a organizações civis, escolares e até corporações. A disseminação das bandas foi o grande incentivador para a formação de novas gerações de músicos, além de fomentar a criação de novas composições. (SALLES, 1980).
1.2. Metodologia
Este estudo adota uma pesquisa qualitativa como abordagem, definida por Denzin e Lincoln (2006), como “um conjunto de práticas materiais e interpretativas que dão visibilidade ao mundo” (2006, p.17). Essa metodologia, sobretudo, compreende o "outro" - o entrevistado - e os eventos que envolvem o objeto de investigação. A pesquisa qualitativa adota ainda uma perspectiva naturalista e interpretativa, na qual os pesquisadores examinam as preferências em seus contextos reais, buscando entender ou interpretar essas características com base nos significados que as pessoas lhes atribuem (DENZIN; LINCOLN, 2006, p.17). Segundo ainda os autores,
“a pesquisa qualitativa é uma atividade que localiza o observador no mundo. Consiste em um conjunto de práticas materiais e interpretativas que dão visibilidade ao mundo. Essas práticas transformam o mundo em uma série de representações, incluindo as notas de campo, as entrevistas, as conversas, as fotografias, as gravações e os lembretes” (DENZIN e LINCOLN, 2006, p.17).
Para Minayo (2003), uma pesquisa qualitativa “trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações; dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis” (MINAYO, 2003, p. 21).
Para atingirmos os objetivos do estudo, conduzimos uma pesquisa de natureza básica (pura) com abordagem qualitativa, através de leitura de renomados historiadores, além de analises documentais e entrevistas informais com pessoas que possuem conhecimentos empíricos sobre o nosso objeto de estudos. De acordo com Minayo (2012), a pesquisa qualitativa “privilegia o estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões”, sendo ideal para investigar contextos sociais e culturais onde o entendimento das relações entre os atores sociais e o meio que os cercam é central. Ao envolver-se com fontes textuais e relatos orais, esta abordagem permite uma visão ampla e detalhada dos elementos históricos e culturais que fundamentam o tema.
As leituras de obras de historiadores ofereceram a base documental e teórica para a realização da pesquisa, que, segundo Lakatos e Marconi (2010), é essencial para construir uma revisão de literatura sólida e “oferecer ao pesquisador uma visão critica e abrangente do que já foi produzido sobre o tema”. Esse processo de revisão, além de contextualizar a pesquisa, possibilita o diálogo entre diferentes perspectivas e interpretações históricas, dando à investigação um suporte embasado que reforça a sua credibilidade e consistência. Além disso, as entrevistas informais são recursos metodológicos que enriquecem a pesquisa qualitativa, ao trazer a perspectiva dos atores sociais diretamente envolvidos no contexto ou tradição estudada. De acordo com o sociólogo, Uwe Flick,
“Essas entrevistas promovem um contato direto com as experiências e memórias dos interlocutores, acrescentando ao estudo aspectos que dificilmente seriam captados apenas com o uso de documentos escritos.” (FLICK, 2009).
Por fim, a combinação entre revisão documental e entrevistas informais fortalece a triangulação dos dados, uma prática que contribui para a validade e confiabilidade das informações. Segundo Denzin e Lincoln (2018), a triangulação em pesquisa qualitativa “permite a intersecção de diferentes fontes de dados, garantindo uma análise mais rica e precisa dos fenômenos sociais”. Essa abordagem integrada proporciona uma visão mais holística e complexa da realidade investigada, reforçando a análise crítica e a compreensão da temática abordada.
A escolha da Banda Municipal como objeto de estudo desta pesquisa foi motivada, sobretudo, pela relação próxima que desenvolvemos com a banda e com alguns de seus integrantes ao longo dos últimos oito anos (2017-2024). Essa convivência, não apenas facilitou o entendimento de sua dinâmica interna, mas também despertou o interesse por sua relevância histórica para a cidade de Parnaíba, já que, desde a sua criação, a banda municipal tem exercido um papel fundamental na formação cultural e identitárias do município.
Este estudo é composto por três capítulos, organizados da seguinte forma:
No primeiro capítulo, apresenta-se uma introdução sobre os instrumentos musicais utilizados pelos primeiros habitantes do território brasileiro e a chegada das primeiras bandas de música, durante o período colonial. Esta introdução é baseada em artigos de historiadores renomados, devidamente referenciados, e inclui uma descrição detalhada da metodologia utilizada na coleta dos dados.
O segundo capítulo é dedicado a Simplício Dias da Silva, um dos pioneiros no desenvolvimento comercial da província do Piauí e considerado o primeiro mecenas da então Vila de São da Parnaíba, título que lhe foi ofertado por ter sido o percussor da implantação da música na Vila, ao patrocinar estudos musicais a um grupo de jovens escravizado, além da formação de um coral e a aquisição de instrumentos.
O terceiro e último capítulo e seus itens, foca no objeto central desta pesquisa: a banda municipal de Parnaíba.
2. Simplício Dias da Silva
Simplício Dias da Silva, figura importante no desenvolvimento econômico e cultural da região norte da antiga província do Piauí, está profundamente ligado à memória da Vila de São João da Parnaíba e à criação da Banda Municipal. Filho de Domingos Dias da Silva e de “Claudina Josefa, escrava vindo da Vila de Piracuruca” (SOUSA, 2023, p. 34), Simplício Dias herdou uma fortuna que, somada ao seu espírito visionário, permitiu-lhe não apenas ampliar os negócios familiares, mas também contribuir com o progresso econômico da regional. (REGO, 2010, p. 140).
Munido de uma base financeira sólida, Simplício Dias teve acesso a uma educação de qualidade na Europa, particularmente em Lisboa, Portugal, onde cursou Leis na Universidade de Coimbra. Essa experiência europeia lhe proporcionou não apenas conhecimento técnico e jurídico, mas também uma visão de mundo cosmopolita, que aplicou ao contexto local ao retornar ao Piauí e atuar como mecenas cultural da então Vila de São João da Parnaíba, ao financiar os estudos de música no Rio de Janeiro e em Lisboa a alguns de seus jovens escravizados que, posteriormente, fariam parte da sua banda de música particular. (PREFEITURA MUNICIPAL DE PARNAÍBA, 2015).
Essa passagem importante da vida de Simplício Dias da Silva vem sendo documentada por inúmeros escritores, cronistas e historiadores. O escritor, Reginaldo Miranda, afirma que, com essa iniciativa, Simplício Dias manteve seu compromisso no desenvolvimento cultural e sofisticado da Vila de São João da Parnaíba (MIRANDA, 2017). Essa informação é corroborada pelo viajante inglês Henry Koster, que exaltou a vida de opulência de Simplício Dias afirmando que “tem ele casa magnífica, banda de música composta por seus escravos, alguns dos quais educados em Lisboa e Rio de Janeiro”. (CARVALHO, 2015, p. 135). Segundo o Professor Josias Carneiro,
“[...] ele formara magníficas orquestras vocal e instrumental, uma composta de negrinhos castrados e de alguns figurantes livres e adultos, que cantavam nas igrejas parnaibanas imitando os famosos castrástis mandados vir da Itália para Lisboa...” (SILVA, 1978, apud SOUSA, 2023, p. 35).
O saudoso historiador Mavignier Diderot (2005), corrobora com os autores citados acima, registrando assim o episódio,
“Na casa grande de Parnaíba, Simplício Dias mantinha uma banda de música composta de meninos escravos, na maior parte educados em Lisboa e no Rio de Janeiro. Na época, em toda a Colônia, se contavam apenas quatro orquestras, mas, apenas duas era formada por escravos: a da Vila de São João e a de Dom João VI” (MAVIGNIER, 2005, p. 70).
No auge do período escravista era comum que alguns escravizados das Fazendas Públicas, conhecidos como “Escravos da Nação”, recebessem uma carta de alforria em reconhecimento a seus dons artísticos, especialmente musicais. A professora Ilana Peliciari Rocha (2012), em seu livro “Escravos da Nação: O Público e o Privado na Escravidão Brasileira, 1760 a 1876”, relata que era frequente que escravizados fossem alforriados ou dispensados do trabalho braçal devido às suas habilidades musicais. Um exemplo citado pela autora é o de Virgínia Maria, uma escravizada libertada aos 22 anos por possuir um grande talento como musicista (ROCHA, 2012). Fagundes (2010) menciona os músicos da Banda de Música da Real Fazenda, grupo composto por jovens escravizados, mostrando que, desde aquele tempo, os negros já deixaram marcas indeléveis de sua musicalidade na cultura do Brasil.
A trajetória de Simplício Dias da Silva simboliza não apenas a opulência de uma época, mas também o impacto positivo que figuras abastadas exerceram sobre o desenvolvimento cultural e social de suas comunidades. Sua banda particular, composta majoritariamente por escravizados, muitos deles formados em instituições prestigiadas no Brasil e fora dele, era uma raridade no cenário colonial, evidenciando tanto o poder econômico de Simplício, quanto seu apreço pelas artes e pela cultura.
Esse apoio a cultural da sua comunidade pode ser vista como um exemplo de como as elites locais da época, embora profundamente enraizadas nas estruturas escravocratas, moldavam o ambiente cultural conforme suas visões de mundo e seus recursos financeiros. Através de iniciativas como a formação de uma banda e o patrocínio de músicos, Simplício Dias da Silva contribuiu para a consolidação de uma identidade cultural em Parnaíba, presente ainda hoje na memória coletiva da sociedade parnaibana.
3. Banda Municipal de Parnaíba
A Banda Municipal de Parnaíba tem uma história que remonta ao século XIX, quando o maestro Pedro José Braga fundou, “entre os anos de 1886 e 1890”, (SOUSA, 2023, p. 42) a "Lira de Pedro Braga", precursora da banda municipal, que foi fundada em 18 de Fevereiro de 1918 pelo Intendente Nestor Gomes Veras. De acordo com Sousa (2023), “ela surge no exato momento em que o intendente adquire, mediante compra, os instrumentos do maestro Pedro Braga, institucionalizando-a e passando a denomina-la Banda de Música da Intendência”. (SOUSA, 2023, p. 53). Para Melo (2012), “a aquisição dos instrumentos por parte do poder público marcou o início de uma nova era para a banda, trazendo estabilidade e apoio governamental” (MELO, 2012, p. 45).
Durante o mandato de Nestor Gomes Veras (1917-1920), Parnaíba ganhou várias obras impactantes, como, por exemplo, o paisagismo do Largo da Matriz (atual Praça da Graça), a “construção da usina de luz elétrica e armazéns de couro (importante como fonte de renda do poder público), além da organização da banda municipal”. (REGO, 2010, p. 247).
Em seu primeiro ano como intendente Nestor Veras autorizou a construção do Largo da Matriz, atual Praça da Graça, sendo o “primeiro logradouro de Parnaíba a dispor de um coreto”. (SOUSA, 2023, p.59). Segundo ainda o autor,
“É provável que esta iniciativa do Intendente tivesse origem nas suas inúmeras viagens a outros lugares, inclusive a países estrangeiros, onde passou boa parte de sua vida estudando e observando costumes locais”. (SOUSA, 2023, p. 59).
De acordo com Cleto (2018), o cenário ficou ainda melhor quando Nestor Gomes Veras “mandou erigir um coreto” (CLETO, 2018, p. 156), que logo se transformou no palco para as tradicionais retretas, realizadas pela banda municipal. A construção do coreto teve como “objetivo oferecer à população um espaço cultural onde as apresentações da banda pudessem ocorrer de maneira organizada” (SOUZA, 2009, p. 87 grifo nosso). Nesse espaço, a banda municipal, também conhecida como "Furiosa", iniciou suas tradicionais retretas, apresentações públicas realizadas no coreto da praça, que passaram a animar as noites e fins de semana da cidade. Sousa (2023), explica os motivos que levaram a banda municipal a ser alcunhada de “Furiosa”. Segundo ele, “a alcunha perdurou por longos anos, visto que o apelido definia uma característica marcante da banda que era, e é, até hoje, a intensidade do sopro nos instrumentos e a marcação do bombo nos ataques dos dobrados”. (SOUSA, 2023, p. 61).
Essas retretas consolidaram-se como parte da identidade cultural da Praça da Graça, especialmente entre as décadas de 1940 e 1960. Meireles, Afonso e Magalhães (2014) descrevem como a banda municipal acompanhava eventos cívicos, corsos carnavalescos, novenários e desfiles estudantis, moldando a vivência social e festiva de Parnaíba. (MEIRELES; AFONSO; MAGALHÃES, 2014). Em seu romance O Rio Mágico, Renato Castelo Branco revive poeticamente esses momentos, descrevendo a atmosfera das retretas onde “rapazes de um lado, moças de outro entrecruzavam-se, trocando olhares e risos furtivos” (CASTELO BRANCO, 1987). Já o jornalista Caio Passos registra com nostalgia as transformações da Praça da Graça e seus momentos com a banda municipal, mencionando, em particular, o ajardinamento da praça e o impacto urbano da reforma feita pelo poder público. Segundo ele, “o espaço do coreto era o centro das retretas e das apresentações sob a regência dos maestros Carlos Souza e Almir Araújo, que marcaram época na cidade”. (PASSOS, 1982, p. 67).
Dupla Jornada
Durante o mandato do prefeito Ademar Gonçalves Neves (1931-1934), que ficou conhecido como o “Remodelador da Cidade”, os músicos da banda municipal vivenciaram uma situação desafiadora. Através de portaria do prefeito, eles passaram a exercer uma dupla jornada de trabalho, atuando não apenas como músicos, mas também como guardas noturnos, sendo responsáveis pela segurança pública. Equipados com cassetetes e facões conhecidos como “rabo de galo”, esses (SOUSA, 2023) “músicos-polícias” patrulhavam as ruas e ajudavam a manter a segurança e a ordem. Segundo o historiador Mauro Júnior Rodrigues Sousa (2023),
“No inicio dos anos 1930, mais especificamente em 1931, ocorre um fato inesperado que altera as expectativas dos músicos. Por portaria expedida pelo prefeito Ademar Gonçalves Neves, esses funcionários passaram a exercer a atividade paralela de policiamento ostensivo nas ruas, formados em uma Guarda Civil combatendo delitos, os mais diversificados [...] os músicos da banda passaram a compor uma guarda de rua, fardados e portando na cintura um facão rabo de galo que servia para amedrontar bandidos.” (SOUSA, 2010, p. 66).
Por mais inusitada que tenha sido a obrigatoriedade dos músicos se transformarem em “guardiões da noite”, esse fato curioso não se limitou a cidade de Parnaíba, já que músicos que participaram de bandas municipais de Porto Alegre e São Paulo, durante o século XIX, por vezes, realizavam serviços adicionais de segurança noturna. “Essa condição era mais comum entre imigrantes italianos que vinha para o Brasil e trabalhavam em bandas locais, onde acumulavam diversas funções”. (CHAGAS, 2015).
Essa dupla jornada a que foram submetidos os músicos executando funções totalmente incompatíveis entre si, como ser músico de uma banda e à noite combater o crime, precisa ser analisada dentro do contexto da época, marcada pela total ausência de direitos trabalhistas - que só foram criados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943 - que assegurassem condições laborais dignas para o exercício de suas reais profissões. Mais estranho ainda, é constatar que essa exigência foi autorizada por um prefeito, Ademar Neves, que era também “grande músico e intelectual” (SOUSA, 2023, p. 66), mas que se viu, por conta da falta de material humano, “obrigado” a sujeitar os músicos a essa dupla jornada de trabalho.
Infelizmente, há controvérsias com relação ao fim dessa obrigatoriedade dos músicos exercerem essa dupla função de trabalho, mas, segundo opiniões diversas, o “fim dessa atividade coincide, no primeiro momento, com o termino do mandato do prefeito Ademar Neves (1931-1934)”. (SOUSA, 2023, p. 66).
A imposição da dupla função de trabalho aos músicos, desempenhando também o papel de guardas noturnos, simbolizou um período de intensas transformações sociais e institucionais da sociedade da época, na cidade de Parnaíba, bem como em outras urbes Brasil afora. Tal medida evidenciou uma tentativa e um esforço para superar desafios provenientes da segurança pública, utilizando-se de recursos humanos de forma multifuncional. A atuação desses “músicos-policiais” ficou marcada tanto pela singularidade da experiência quanto pela eficácia simbólica de dissuadir atos criminosos, gerando respeito e temor entre os cidadãos.
A Homenagem a Simplício Dias da Silva
No 2º dia do mês de Novembro do ano de 2009 foi aprovado no Plenário da Câmara Legislativa de Parnaíba o Projeto de Lei N° 3.403/2009, de autoria do então vereador Fernando Gomes, propondo a alteração do nome da Banda Municipal de Parnaíba para “Banda Municipal Simplício Dias da Silva”, uma justa homenagem a um dos pioneiros do desenvolvimento da Província do Piauí e responsável pela instalação da primeira banda musical da Vila de São João da Parnaíba, quando patrocinou a compra de instrumentos e custeou os estudos musicais de jovens escravizados nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa, em Portugal.
No próximo tópico deste capítulo, exploraremos a biografia do maestro Pedro José Braga, pioneiro responsável pela fundação da “Lira de Pedro Braga”. Com o tempo, seu pioneirismo evoluiu dando origem a Banda Municipal de Parnaíba, que, em 2009, foi oficialmente renomeada como Banda Municipal Simplício Dias da Silva.
3.1. Mestre Pedro José Braga
Pedro José Braga nasceu em 1850. O seu falecimento é registrado com incerteza, variando entre 1919 e 1920, em diferentes fontes. Foi um Clarinetista, compositor, construtor e fundador e maestro da “Lira de Pedro Braga”. “Era filho de negros alforriados que trabalhavam para a família do Marquês de Paranaguá, sendo educado na carreira musical pela Irmandade do Rosário de Parnaíba”. (BRAZIL IMPERIAL). O historiador Mauro Júnior Rodrigues Sousa, em seu livro “A Banda Municipal Simplício Dias da Silva - Um Patrimônio Histórico e Cultural de Parnaíba, levanta uma hipótese com relação à origem e a educação musical recebida pelo Mestre Pedro Braga. De acordo com o autor,
“Se porventura, Pedro Braga não era descendente dos escravos músicos dos Dias da Silva, provavelmente aprendera o oficio com alguém do seio familiar desses artistas. Não é de todo absurdo considera esse fato, visto que Parnaíba era um lugar extremamente provinciano, apesar dos contatos comerciais com a Europa nesse período”. (SOUSA, 2023, p. 45).
Em sua vasta e impressionante carreira musical, Pedro Braga compôs: 295 dobrados, 150 marchas festivas, 50 marchas fúnebres, 205 fragmentos de ópera, 24 composições sacras e 80 peças variadas, incluindo valsas, polcas e contradanças. Além disso, criou novas fantasias e variações, cinco árias e três hinos patrióticos. Clarinetista e compositor, Pedro Braga foi também um humanista e abolicionista, conhecido por sua postura contra a escravidão no Brasil. Ao falecer, deixou um legado que continua a influenciar a música de Parnaíba até os dias atuais. (BRAZIL IMPERIAL).
Para o historiador Caio Passos (1978), “Pedro Braga foi um dos filhos de Parnaíba que mais engrandeceram pela inteligência, pelo trabalho e pelo caráter.” (PASSOS, 1987, p. 283). Segundo ainda o autor,
“Pedro Braga tinha uma inclinação para a música, tanto assim que fundou, às suas expensas, a primeira banda de música de Parnaíba, que foi um sucesso extraordinário para a época. Ele tocava clarineta e muito bem, compunha valsas, dobrados, xotes e outras músicas, em moda em tempo [...] A lira era muito disputada, tocava em casamentos, funerais, festas dançantes, manifestações cívicas e políticas e em outros festejos populares e religiosos” (PASSOS, 1978, p. 284).
Pedro Braga, com seu talento, trouxe vida e esplendor à cidade de Parnaíba por meio de sua banda, conforme destaca Passos (1978). Além de sua dedicação à música, foi pioneiro na instalação da primeira olaria da cidade e atuou como construtor, contribuindo para o desenvolvimento urbano local. Seu legado permanece na história de Parnaíba e sua memória é honrada com uma “rua que leva seu nome, situada no bairro São Benedito [...]” (PASSOS, 1978, p. 284).
Outro importante cronista que narrou à vida do Mestre Pedro Braga foi o escritor maranhense Humberto de Campos. Em sua obra “Memórias Inacabadas - Obras Póstumas”, Humberto de Campos destacou e exaltou aspectos da trajetória de Mestre Pedro, oferecendo uma visão detalhada e sensível de sua vida e seu legado.
“O único mestre-de-obras de Parnaíba, com honras de construtor, era Pedro Braga, que reunia a essa qualidade a de diretor e proprietário da única banda de música que a cidade possuía. Pedro Braga edificava os prédios, tocava clarineta, compunha dobrados, ensaiava os seus homens, conduzindo a sua filarmônica a batizados, casamentos, funerais, bailes e manifestações políticas. Pela manhã, porém, os músicos mudavam a roupa, e iam trabalhar em construções, cujas plantas eram levantadas pelo maestro” (CAMPOS, 1962, p. 274 grifo nosso).
Pedro José Braga representou a força cultural e a resiliência de uma Parnaíba que buscava se afirmar, modernizar e se desenvolver. Sua vida e obra revelam um homem cuja dedicação transcendeu a música, influenciando também o desenvolvimento urbano e social da cidade. O trabalho de Pedro Braga foi além do cenário musical, estendendo-se à construção civil e à luta por uma sociedade mais justa, onde o talento pudesse prevalecer sobre as limitações impostas pela origem social.
Através de sua banda, a "Lira de Pedro Braga", ele não apenas trouxe música e alegria aos habitantes de Parnaíba, mas também consolidou uma tradição cultural que perdura até os dias atuais. Sua habilidade musical, aliada ao comprometimento com a comunidade, fez dele uma figura respeitada e lembrada.
Hoje, a memória de Pedro José Braga vive nas composições que ele deixou, na rua que leva seu nome e nos relatos emocionados daqueles que perpetuam sua história. Suas contribuições não apenas definiram um período da vida cultural de Parnaíba, mas também fortaleceram as bases de uma cultura, enraizada na comunidade.
Após a morte de Pedro Braga, a regência da banda foi assumida por Carlos Sousa Lima, e, posteriormente, por figuras como Almir Araújo e Francisco de Assis Aguiar (o Mestre Zullite), cujas contribuições consolidaram o valor da banda na vida cultural da cidade. Hoje, a banda participa de solenidades cívicas e eventos culturais, mantendo viva a tradição iniciada há mais de um século. “O uso de uniformes de gala e passeio, inspirado nas patentes das Forças Armadas, reforça a seriedade e o respeito que uma Banda Municipal eleita junto à comunidade” (FERREIRA, 2017, p. 101).
Conclusão
A Banda Municipal de Parnaíba, em sua longa e expressiva trajetória, transcende o papel de mero grupo musical e se firma como verdadeiro elo entre o passado da Vila de São João da Parnaíba e o contínuo desenvolvimento sociocultural da cidade de Parnaíba. Fundada pelas mãos de Pedro José Braga, um maestro de origem humilde que desafiou as imposições sociais do seu tempo, a Banda Municipal de Parnaíba é um símbolo de resistência e orgulho, que continua exercendo seu papel dentro da sociedade contemporânea.
A continuidade desse legado encontra-se preservada pela figura de outros grandes maestros: Carlos Souza, Almir Araújo, Mestre Zullite, além de um grupo de músicos em que suas atuações perpassam o tempo e reafirmam a importância da tradição cultural, iniciada em 1886.
Por fim, ao olharmos para figuras históricas como Simplício Dias da Silva, que defendeu a emancipação política do Brasil e cujos ideais ecoam no espírito do povo do Piauí, percebemos como essa instituição caminhou lado a lado com a sociedade parnaibana, ao longo das décadas. A cada nova apresentação, os músicos acrescentam novas páginas em suas histórias e rememoram os tempos áureos das antigas retretas, no coreto da Praça da Graça. A Banda Municipal de Parnaíba continua a honrar seus fundadores e a inspirar novas gerações, celebrando a identidade parnaibana e perpetuando um legado que transcende o tempo.
Referências Bibliográficas
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