O conceito de "Cultura" de Ruth Benedict

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🏠Parnaíba (PI)

“No período entre as duas grandes guerras mundiais, floresceu nos Estados Unidos uma das mais importantes tradições da história da Antropologia, muitas vezes referidas como “Escola de Cultura e Personalidade”, que incluiu autores como Edward Sapir (1884-1939), Ruth Benedict (1887-1948) e Margaret Mead (1901-1978). Não por acaso, os três foram alunos de Franz Boas, e por ele profundamente influenciados. A reunião desses dois termos reflete de imediato seus interesses centrais. Por um lado, a importância do conceito de “Cultura”, vista, na perspectiva de Boas, relativizadora e não hierarquizante das diferentes culturas. Por outro lado, “Personalidade” reflete o impacto decisivo que a psicologia e em particular a psicanalise tiveram no mundo durante esse período, especialmente a partir da obra de Sigmund Freud e Carl Jung”. (CASTRO, 2016, p. 136).

Ruth Benedict foi uma renomada antropóloga e socióloga cultural do século XX. Fez importantes contribuições para o campo da sociologia através de suas ideias sobre os padrões culturais. Ela defende que os padrões culturais são moldados por fatores históricos, geográficos, ambientais e sociais e têm um papel fundamental na formação da identidade e da visão de mundo de um grupo.

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Os padrões culturais são uma das principais áreas de estudo e reflexão da sociologia cultural, e Ruth Benedict é uma figura de destaque nesse campo. Em sua obra seminal "Padrões de Cultura" (1934), Benedict apresenta suas ideias sobre a diversidade cultural e a importância dos padrões na formação das culturas.

Segundo Benedict, as culturas são sistemas complexos de crenças, valores e práticas compartilhadas por um grupo de pessoas. Elas não apenas fornecem um conjunto de regras e normas para a vida social, mas também moldam a maneira como os indivíduos percebem e interpretam o mundo ao seu redor. Esses padrões culturais são moldados por uma variedade de fatores, como história, geografia, meio ambiente e interações sociais (Benedict, 1934).

Uma das contribuições mais notáveis de Benedict é a identificação de diferentes padrões culturais em suas pesquisas. Ela destaca dois padrões principais: o "padrão de cultura do Apolíneo" e o "padrão de cultura do Dionisíaco" (Benedict, 1934). O padrão do Apolíneo refere-se a culturas que valorizam a ordem, a disciplina e o controle, enquanto o padrão do Dionisíaco se refere a culturas que enfatizam a espontaneidade, a emoção e a liberdade.

Além disso, Benedict também discute a importância dos "esquemas de personalidade cultural" na formação dos indivíduos dentro de uma cultura. Ela argumenta que cada cultura possui um conjunto de traços e comportamentos valorizados, que moldam as personalidades dos indivíduos e influenciam seu comportamento (Benedict, 1934). Por exemplo, em uma cultura que valoriza a cooperação e a harmonia, espera-se que os indivíduos sejam mais colaborativos e evitem conflitos.

É importante ressaltar que Benedict reconhece a diversidade e a fluidez dos padrões culturais. Ela não vê os padrões culturais como rígidos ou imutáveis, mas sim como produtos da interação humana e sujeitos a mudanças ao longo do tempo (Benedict, 1934). As culturas estão em constante evolução e adaptação, refletindo as transformações sociais, econômicas e políticas.

Para estudantes e entusiastas das Ciências Sociais, recomendamos o Livro "Padrões de Cultura", de Ruth Benedict.


Referências Bibliográficas:

Benedict, R. (1934). Patterns of Culture. Boston: Houghton Mifflin;

Benedict, R. (1946). The Chrysanthemum and the Sword: Patterns of Japanese Culture;

Boston: Houghton Mifflin;

Castro, C. (2006). Textos básicos de antropologia. São Paulo: Zahar.

📑Por Walter Fontenele (Licenciado em Ciências Sociais-Uespi-2021) | Portalphb

 

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