Mãe do menino Henry Borel recebe ameaças de morte em presídio

 

Foto de Reprodução

Presa desde a última quinta-feira (8) sob suspeita de homicídio qualificado do filho, Henry Borel, 4, a pedagoga Monique Medeiros chegou ao Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, sob ameaças de morte. 

Ao entrar na unidade, ela ouviu gritos de “vai morrer” e por razões de segurança poderá ficar em isolamento. Em decorrência da pandemia de Covid-19, Monique fica inicialmente sozinha em uma cela por 14 dias.

Já o vereador Jair Souza Santos Júnior, o Jairinho (sem partido), padrasto de Henry e preso pelo mesmo motivo, foi enviado para o Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

Ele também passará por quarentena de 14 dias. O procedimento é padrão para todos que acessam o sistema durante a pandemia da Covid-19, segundo esclareceu a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap).

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Violência

Segundo as investigações, Henry era agredido pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.

Os investigadores do 16° Distrito Policial afirmam que Henry foi assassinado com emprego de tortura e sem chance de defesa.

A criança foi encontrada morta no dia 8 de março dentro do próprio quarto em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio.

Conforme o depoimento prestado pelo pai de Henry na delegacia, a mãe da criança teria ligado para ele por volta das 4h30 e comunicado o incidente. Segundo Leniel, Monique teria dito que encontrou o filho com os olhos revirados e com dificuldade de respirar e o teria levado ao hospital.

Henry foi levado ao hospital após ser achado pela mãe e pelo padrasto Dr. Jairinho. O menino chegou na unidade de saúde sem vida, com hemorragia interna, laceração hepática, contusões e edemas.

A versão utilizada por Jairinho e Monique, de um acidente, foi desacreditada pelos policiais após o laudo médico feito após duas autópsias do corpo da criança. A perícia descreve múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores, além de lesão no fígado.

Comportamento do casal

Os celulares do casal e outros envolvidos no caso foram apreendidos no início das investigações. A polícia descobriu que Dr. Jairinho e Monique apagaram conversas de seus telefones e suspeitam que tenham trocado de aparelho.

A partir de um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela Polícia Civil no último dia 31 de março, foi possível recuperar o conteúdo.

O vereador tem um histórico de violência. A polícia investiga se ele agrediu duas crianças, filhos de suas ex-namoradas. Uma das crianças, hoje com 13 anos, prestou depoimento à polícia e contou sobre agressões que sofreu quando tinha cinco anos.

Monique também chamou atenção dos policiais por seu comportamento após a morte do filho. Antes de ir à delegacia, no início das investigações, ela trocou de roupa duas vezes até escolher um modelo branco.

No dia seguinte ao enterro, ela passou a tarde no salão de beleza para fazer as unhas e o cabelo.

Ligação para o governador

Depois da morte do menino, Jairinho telefonou para o governador Claudio Castro (PSC) e relatou o ocorrido, segundo o jornal O Globo. Castro afirmou ter dito que o caso seria investigado pelas autoridades responsáveis, sem interferências. Há relatos de que o vereador teria procurado outras autoridades.

Fonte: G1
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