Clubes não poderão poupar titulares no Campeonato Carioca 2021

Gabigol foi expulso em Flamengo x Fluminense no Campeonato Carioca – Foto: Divulgação

O regulamento do Campeonato Carioca de 2021 prevê multa para o clube que não escalar seus titulares a partir da quarta rodada da competição. Há exceção, definida no artigo 41, a quem apresentar “justo motivo” para não escalar a equipe “considerada principal” – os termos entre aspas constam no regulamento (leia mais abaixo).

A Ferj colocou no regulamento esta medida – aprovada pelos clubes em reunião arbitral no fim do ano passado – para evitar alto número de jogos sem equipes principais. Ou seja, para evitar esvaziamento do campeonato. Na edição de 2020, Botafogo, Flamengo e Vasco usaram reservas ou sub-23 pelo menos em parte da Taça Guanabara.

A pena estipulada é do valor correspondente à cota fixa de direitos de TV – caso já tenha recebido, está previsto multa neste valor, que será repassado aos clubes participantes. A oferta da TV Record, que já tem assinatura da maioria dos participantes, é de R$ 11 milhões para todos os clubes dividirem.

Como os grandes planejam?

Em situações bem distintas para iniciar a temporada 2021, os clubes grandes ainda fazem análise de planejamento para os jogos depois do Brasileiro. Existe tendência de todos eles começarem o Estadual com jovens jogadores, oriundos das categorias de base, com um ou outro reforço pontual.

O Flamengo vai dar período de folga para o grupo principal após o fim do Brasileirão, mas uma equipe com jovens que estouraram idade no sub-20, como Richard Rios e Matheuzinho, e destaques da base ficarão à disposição para as duas primeiras rodadas. No Fla-Flu do dia 20, pela terceira rodada, o clube informou que todo elenco estará à disposição. O Rubro-Negro está classificado para a Libertadores.

Outro na Libertadores, o Fluminense, com 60 pontos no Brasileiro, depende da definição se vai direto para a fase de grupos (começa dia 21 de abril) ou se inicia na fase preliminar, que tem início dia 24 de fevereiro, mas os brasileiros só entram na fase 2 preliminar, que deve ficar para o início de março. O time iniciará o estadual com jovens do sub-23, que receberam férias em janeiro.

Os casos de Botafogo, rebaixado para a Série B, e Vasco, na luta para evitar o quarto rebaixamento, são diferentes. Provavelmente vão jogar com os titulares depois das rodadas iniciais e começam a competição com jogadores jovens. Ambos comunicaram que irão cumprir o regulamento.

O que diz o regulamento? Confira o texto do Art. 41:
“A associação que, sem justo motivo, assim reconhecido pelo DCO da FERJ, após a 3ª Rodada da Taça Guanabara, deixar de utilizar sua equipe considerada principal, perderá o valor correspondente a totalidade de sua cota fixa de direito de transmissão e, caso já as tenha recebido ou não faça jus, pagará uma multa equivalente a esse valor, que será revertida em benefício dos demais clubes participantes do campeonato.”

Limite para sub-20 nas edições 2016 e 2017

Em edições passadas, a Ferj já restringiu o uso de atletas reservas e sub-20 para não ficar em segundo ou até terceiro plano num início de temporada – momento em que as equipes grandes têm tempo curto e privilegiam a preparação e aprimoramento físico para a sequência do ano.

Em 2016, em pé de guerra com o Flamengo do presidente Eduardo Bandeira de Mello, a Ferj colocou em regulamento – aprovado pelos clubes – limite de cinco jogadores sub-20. No ano seguinte (2017), era permitido inscrever 10, mas, por jogo, apenas cinco jogadores. Em 2018, a restrição caiu.

Ainda em 2016, havia previsão de multa em caso de atletas inscritos em competições nacionais ou internacionais que não estivessem aptos a atuar no Carioca. Era uma forma de obrigar os grandes – principalmente o Flamengo – a não pouparem seus atletas no Carioca para jogar Copa do Brasil ou Libertadores da América.

A pena prevista era de “até R$ 50.000,00 por cada atleta que faça parte da relação dos atletas para qualquer dessas duas últimas hipóteses e não faça parte dos inscritos para o campeonato estadual”

Por Cahê Motta e Raphael Zarko

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