Por que o pão francês tem esse nome no Brasil se ele não existe na França?
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Receita tipicamente brasileira foi criada no
final do século 19
Sucesso
absoluto em São Paulo, o pão francês parece estar ainda mais na moda
durante a pandemia.
De
receita tipicamente brasileira, o pãozinho viu as vendas crescerem na capital
paulista no último ano. O Sampapão, que é a sigla do Sindicato dos Industriais
de Panificação e Confeitaria de São Paulo, diz que o consumo durante a
quarentena pulou de 18 milhões para 20 milhões de unidades ao dia.
Mas,
se é uma criação brasileira, por que o pão francês tem esse nome?
A
receita data do fim do século 19, quando a elite endinheirada do país se
inspirava na cultura francesa. Por aqui, a mesa ainda era povoada
majoritariamente pelos pães rústicos dos imigrantes portugueses e italianos,
mas os filhos dos grandes proprietários de terras, que estudavam em Paris,
voltavam para casa encantados com as delicadas baguetes francesas.
"As
cozinheiras da época não tinham como reproduzir aquele pão. Das adaptações
possíveis, nasceu o pãozinho francês", conta Viviane Lima, historiadora do
Centro de Memória Bunge, multinacional proprietária dos primeiros moinhos de
trigo do Brasil.
Mas
o formato atual demorou a aparecer. Os primeiros pães franceses eram maiores e
mais alongados. ‘Também conhecidos como bengalas, filões ou baguetes, pesavam
entre 400 e 500 gramas. O formato atual surgiu de 40 anos para cá’, diz Antero
José Pereira, presidente do Sampapão.
Qual
é a receita básica?
Farinha, sal e fermento. Pode levar também gordura (manteiga, óleo ou banha
suína), que deixa a casca mais crocante, e açúcar, que turbina a coloração dourada.
O
que é o tal bromato?
Proibido desde 2001 pelos riscos à saúde, o bromato de potássio infla
exageradamente a massa - quando a casca é quebrada, o pão parece oco. Mas a
substância não foi totalmente banida da indústria. Volta e meia, a Anvisa
apreende pré-misturas que contêm bromato
Por Flávia G Pinho
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